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Princípio Masculino e o Deus Cornífero

Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe, todos os dias, o Deus mostra-nos os mistérios de Morte e do Renascimento. Assim, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, torna-se adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, os dois unem-se e concebem, a Deusa fica grávida, o Deus morre no Inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida.

Para alguns, pode parecer incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele, tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. Ao estudar a Roda do Ano, estes conceitos são novamente explorados na parte dos rituais celebrados. Mas o sentido profundo do seu simbolismo no Paganismo só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contacto intuitivo com a energia dos Deuses.


O Deus Cornífero é a deidade fálica da fertilidade e da criatividade intelectual. Simbolizado pelo sol, geralmente é representado como um homem barbado com cascos e chifres de um bode; é o Deus da Natureza e a contraparte masculina da imagem da Deusa e seu consorte. Na época primitiva era conhecido como o Deus Chifrudo da Caça.


Hoje também é conhecido por vários nomes diferentes. Nalgumas tradições Ele é chamado de Cernunnos, que é o nome latino para "o Chifrudo". Noutras, é conhecido como Pã, Dionísio, Odin entre outros nomes.

Ele é suave, carinhoso e encorajador, mas também é o caçador. Ele é o Deus Moribundo, mas a sua morte está sempre a serviço da força vital. Ele é a sexualidade indomada, mas sexualidade como um poder profundo, sagrado e unificador. Ele é o poder do sentimento e a imagem do que os homens poderiam ser, se estivessem em sintonia com a sua natureza.


O Deus Cornífero tem sido adorado desde os tempos antigos em quase todas as culturas; entretanto sua imagem foi deliberadamente pervertida pela Igreja medieval para a imagem do diabo cristão. As bruxas e feiticeiras não acreditam ou cultuam o diabo - elas consideram-no como um conceito próprio do Cristianismo. O Deus pagão é sexual, mas a sexualidade é percebida como sagrada, não como obscena ou blasfema. Este Deus possui chifres, mas estes são meias-luas que crescem e minguam da Deusa da Lua e o símbolo da vitalidade animal. Seus chifres representam a verdade da emoção não mascarada, a qual não busca agradar nenhum senhor. Em alguns aspectos ele é negro porque a escuridão e a noite são períodos de poder e parte dos ciclos temporais.

O Deus Cornífero nasce de uma mãe virgem. Ele não tem pai, é o seu próprio pai. À medida que cresce e atravessa as mudanças da Roda do Ano, permanece relacionado à força nutriente primordial. O seu poder é extraído directamente da Deusa; ele é parte dela.


Princípio Feminino e a Grande Deusa


A Grande Deusa representa a Energia Universal Geradora, o Útero de Toda Criação. É associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. É o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado.



A Lua mostra-nos sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Assim, a Deusa mostra-se com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à bruxa no imaginário popular.


A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte feminina presente em todos os homens, tantas vezes reprimida pela cultura patriarcal.



A Deusa que é vista como transcendente e imanente é um aspecto essencial de veneração dos pagãos. Ela pode ser adorada como a única Deusa sem nome, ou como quaisquer dos muitos aspectos e nomes pelos quais Ela sempre foi conhecida. Personificada como a Deusa Tríplice, a Grande Mãe, Ísis, Gaia, Bast, Deméter, Cerridwen, Brigid, Oestara, Innana, Ishtar, Shekinah, Diana, Kali, Amateratsu e muitas outras. Representa a fertilidade, a criação, os poderes regeneradores da natureza e a sabedoria. O Divino feminino também é experimentado nas energias do Universo, nos mistérios da lua, nas bênçãos da Terra e nos nossos próprios corpos que, como a própria Terra, foram criados para serem sagrados.


O seu símbolo é a lua e muitas vezes é representada como possuidora de três faces. Na fase de quarto crescente, Ela é a Virgem, na lua cheia é a Mãe e na sua fase minguante Ela é a Anciã. A Deusa é a primeira em toda a terra, o mistério, a mãe que alimenta e dá toda a vida. Ela é o poder da fertilidade e geração; o útero e também a sepultura que recebe, o poder da morte. Tudo vem dela, tudo retorna a ela. Sendo terra, também é vida vegetal. As árvores, as ervas e os grãos que sustentam a vida.



Ela é o corpo e o corpo é sagrado. Útero, seios, barriga, boca, vagina, coração, osso e sangue; nenhuma parte do corpo é impura, nenhum aspecto dos processos vitais é maculado por qualquer conceito de pecado. Nascimento, morte e decadência, são partes igualmente sagradas do ciclo. A honra pelo Divino no seu aspecto feminino, bem como o respeito genuíno pelas mulheres como líderes espirituais, sábias e curandeiras, foi a razão primária para o crescimento rápido do culto da veneração à Deusa nas últimas décadas.


O Deus e a Deusa

Para os seguidores das várias vertentes do Paganismo como o Druidismo e das novas religiões neopagãs como a Wicca, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida. O culto à Deusa e ao Deus Cornífero simboliza a crença de que tudo que existe no Universo está dividido em dois opostos: feminino e masculino, negativo e positivo, luz e trevas, vida e morte e isso significa o equilíbrio da Natureza. Na maioria das tradições pagãs os Deuses são reverenciados durante os oito Sabbats do ano, que nada mais são do que belas cerimonias derivadas dos antigos festivais que celebravam, originalmente, a mudança das estações do ano. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o Sabbat, não constitui uma ocasião em que as pessoas se reúnem para realizar orgias, lançar encantamentos ou preparar poções misteriosas.

Dos cultos ancestrais até hoje


O período neolítico não conhecia deuses - vigorava o matriarcado, com a Deusa Mãe. O conceito de paterno inexistia e a moral, a ciência e a religião ocupavam a mesma esfera. Com a instituição do patriarcado, o cálice foi derramado através da espada, relegando para segundo plano o elemento feminino. Com o fim da era de Peixes, tipicamente masculina, o reinado feminino retorna em Aquário para resgatar Sofia, o arquétipo da Sabedoria.


Assim como o Taoísmo primitivo, todas as religiões e cultos ancestrais visualizavam o Universo como uma generosa Mãe. Nada mais natural: não é do ventre das mulheres que todos saímos? De acordo com o mito universal da Criação, tudo teria saído dela, a Deusa. Entre os egípcios, era chamada de Nut, a Noite. "Eu sou o que é, o que será e o que foi." Para os gregos era Gaia - Mãe de tudo, inclusive de Urano, o Céu. Entretanto, ela não era apenas fonte de vida, como também senhora da morte. O culto à Grande Mãe era a religião mais difundida nas sociedades primitivas.


Descobertas arqueológicas realizadas em locais neolíticos testemunham a existência de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente Médio, onde homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há evidências de armas ou estruturas defensivas, onde se conclui que esta era uma sociedade pacífica. Também não há representações, na sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas representando a natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino. Essas esculturas também foram encontradas em Creta, datadas de 2.000 a.C. Na sociedade cretense as mulheres exerciam as mais diversas profissões. Platão conta que nesta sociedade, a última com algum foco matriarcal de que se tem notícia, toda a vida era permeada por uma ardente fé na natureza, fonte de toda a criação e harmonia.

Segundo alguns historiadores, a passagem para o patriarcado desenvolveu-se em várias esferas. Na velha Europa, a sociedade que cultuava a Deusa foi vítima do ataque de poderosos guerreiros orientais - os kurgans. O Cálice foi derrubado pelo poder da Espada. Outro factor decisivo para tal transformação foi o crescimento da população, que levou as sociedades arcaicas à "domesticação da terra". Os homens tinham que dominar a Natureza, para "obrigá-la" a produzir o que queriam. Com a descoberta de que o sémen do homem é que fecunda a mulher (acreditava-se que esta gerasse filhos sozinha), estabeleceu-se o culto ao falo, sendo este difundido pela Europa, Egipto, Grécia e Ásia, atingindo o seu pico na Índia.
Com o advento do monoteísmo e do patriarcado – e a consequente dominação da mulher – o culto ao falo estabeleceu-se em definitivo. "O monoteísmo não é apenas uma religião, é uma relação de poder. A crença numa única divindade cria uma hierarquia - de um Deus acima dos outros, do mais forte sobre o mais fraco, do crente sobre o não crente."

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